quarta-feira, 24 de julho de 2013

Transição

   Nunca se sabe o que há de errado, de fato. O que se sabe é que há cada vez mais a crescente vontade de fazer o que é de sua vontade e cada vez menos chances para isso. Talvez a vontade crescente cause essa impressão ou talvez ele esteja mesmo se perdendo e se perder aparentava ser mais legal antes.
   Correu por algum tempo – um bom tempo – atrás daquilo que devia te fazer feliz e viu um dos maiores clichês da vida se manifestar: “quanto maior a expectativa maior a decepção”. Decepção? Acho que não, palavra forte demais, mas digamos que a felicidade do rapaz tenha se limitado a 60% do esperado. Uma decepção, para os pessimistas; um espetáculo para quem não liga e nem nunca ligou. Porém, é claro que estamos vendo a vida do rapaz pelo lado pessimista, pois, sendo otimista podemos ver que um caminho mais confiável começa a se iluminar paralelamente, mesmo que ainda desconhecido e repleto de inseguranças e incertezas; a ideia de mudança radical já encanta o suficiente.

   Nunca olhar ao redor foi tão chocante. O rapaz agora espera ver a vida de cima, não por superioridade, mas por racionalidade. Ele ainda não sabe como fazê-lo, mas sabe que, cedo ou tarde, o fará. Já pode até sentir o aroma marcante que essa fase tem, da mesma forma que o cheiro “pesado” remete à eles, o “único” àqueles e o “doce”... consegue ser suave com a força arrebatadora que nenhuma outra suavidade já conseguiu. Pensar nisso o deixa triste e, sabe-se lá porquê, o enche de esperança. Preparação iniciada, seja o que for pra ser.