segunda-feira, 23 de setembro de 2013

E além disso tudo

O mundo gira e gira muitas vezes. Por convenção chamamos suas voltas de dias e o conjunto delas de ano. Por convenção, também, habitua-se a enxergar a felicidade com uma fórmula pré-estabelecida e, por vezes, esquecem que essa fórmula na realidade se readapta para outras milhares, milhões.
Ainda sobre o mundo e suas voltas, vale lembrar que a velocidade é sempre a mesma enquanto a velocidade das nossas mudanças chega a assustar. As vezes perde-se o interesse por aquilo que era o máximo há uns meses atrás, há uns anos, talvez. Não se mudam os olhos, mas sim o brilho neles. Não se endurece o coração, mas se escolhe pelo que socar o peito.
O que incomoda não é o confronto de ideias e nem as variáveis que se escolhem colocar nessa tal fórmula de felicidade, mas sim a falta de espaço pra deixar fluir minha própria fórmula. Não preciso de tanta euforia embriagada, de tanta alegria barulhenta e espaçosa, talvez eu só precise de espaço pra exalar minha própria felicidade silenciosa – silenciosa pra que eu possa ouvir os socos no peito novamente. É mais do micro pro macro, são mais sorrisos do que risadas, é mais forte e intenso e menos contínuo e excessivo, até mesmo mais notas e menos palavras, mais papo de boteco e menos danças manjadas, mais gritos fora de hora e menos lenga-lenga, sabe? Pra mim é mais verdadeiro.