domingo, 23 de dezembro de 2012

Choveu no "fim do mundo"

É como se os braços não tivessem mais forças para empurrar toda a pressão para cima. Mas a força maior não vem dos braços, nem das pernas, nem de quaisquer outros músculos que possam suportar um grande peso, vem da mente! E só.
A encantadora incerteza sobre o amanhã, por hora, assusta à medida em que previsões das mais variadas espécies são feitas... O que de fato é bom? Minha mente muda mais rapidamente do que devia, me surpreende dia após dia, minha coragem e meu medo andam juntos num forte contato com a minha ansiedade e desejos. Sei do que quero e não sei o que fazer com isso, além de não saber conduzir o que parece ser tão simples. E só parece! Posso fazer uma análise geral do que acontece no momento, mas nunca poderei enxergar pelos olhos de ninguém além de mim.

domingo, 19 de agosto de 2012

Sonho

Mãos atadas, olhos vendados e uma fita na boca... Ele estava preso e não percebia; estava sendo torturado pouco a pouco, todos os dias, mas te faziam pensar que ele estava vivendo bem, fazendo o melhor pra si. Todos os dias levantava cedo pra fazer o de sempre e sentir - pelo menos sentia espontaneamente - o que já se esperava e, além de acordar com um humor e dormir com outro, sabia que onde aquilo podia chegar... Pelo menos achava que sabia. O cansaço em suas pálpebras era inerente à sua fisionomia de segunda à sexta. E tudo pra quê?
Até que tudo que ele sempre quis passou a predominar em sua mente e, pela primeira vez, ele iria dirigir sua própria vida. Um gole após o outro no copo de água gelada; um último olhar pela casa; malas e violão em punho e já estava pronto... Mais do que pronto pra se libertar e ver onde tudo isso vai dar.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Inverno Pentablues


Três da manhã. Bem, isso é o que marcava o relógio, porém sua mente havia parado no tempo, pois este estaria atrapalhando os trabalhos. Cabelo por cortar, barba por fazer, sentado na calçada de sua casa bebendo um uísque quente, mas que te regava a alma quando nada mais parecia ajudar; ao fundo, "Champagne and Reefer" no som, atingindo seus ouvidos na medida certa.
Estar sozinho não era o problema. O que te incomodava era não entender a mente das outras pessoas e, por não poder definir um padrão ou linha de pensamento, enlouquecia ao tentar desvendar: o que você pensa quando agem dessa forma? Do que você tem medo? Por que se obriga a fazer tudo dar certo? Em uma pausa pra pensar sobre si mesmo, ele havia se recordado de todas as coisas erradas que tinham acontecido, das tantas coisas boas que aconteceram depois e que não teriam acontecido se tudo tivesse dado certo. Um último gole no uísque; o caminhão do lixo já passava em sua rua e, do outro lado da rua, um bêbado se arrastava, tentando chegar sabe-se lá onde... Ou não tentava chegar a lugar algum. O que pensa esse bêbado? Será que temos problemas em comum? Será que nossas angústias se assemelham e nossas alegrias também?
Outra pausa pra pensar sobre si mesmo e ele se dá conta de que gosta das perguntas, de que as respostas prontas só servem para os preguiçosos e para os que não vivem, mas apenas existem. A embriaguez traz o sono. Dormir traz os sonhos e sonhar é só o que ele precisava no momento.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

110 bpm


Outro dia, fui fazer uns exames de rotina e a médica cardiologista disse que meu coração estava mais acelerado que o normal. E isso ficou na minha cabeça por uns dias... na verdade ainda está, não por preocupação com a saúde que, segundo os exames, está sob controle, mas não sei, isso deve ser fruto do excesso. Excesso de quê? Muitas coisas estão um pouco demais, mais do que deveriam, mas acho que quero chegar ao limite delas pra ver o que tem lá. E a sensação que prende aquilo que tem vontade de se libertar, que cala quem quer falar e que isola quem pode agir só camufla o cansaço e prejudica a confiança de quem sabe que tem potencial. A boca se cala, os olhos se fecham e o momento introspectivo tem grande valor. É tudo tão fora de eixo e tão sem propósito que só resta uma pergunta: Pra que tudo isso? Tenta relaxar...

terça-feira, 13 de março de 2012

Bocejo

Texto rápido. Rápido pra escrever, rápido pra ler e sem rascunho. Uma postagem de pálpebras pesadas e olhos quase fechados só pra matar a saudade de postar aqui.
Não faltam ideias pra escrever textos densos e cheios de frases emotivas e nem mesmo a falta de tempo é o que me detém. O que me detém é algo que julgo ruim: medo de me arrepender; não que eu ache errado se arrepender. Medo porque minhas ideias andam mudando rapidamente e, por isso, ando preferindo não dar tanta importância à elas, só as deixo existirem e se transformarem... Onde isso vai dar?
Sono, músicas que conseguem dançar na minha mente, questionamento involuntário, respostas que me faltam. Instantes de intenso relaxamento e reflexão que me fazem franzir a testa ao mesmo tempo que me estampam um sorriso na cara me mostram o quanto sou indecifrável para mim mesmo. Talvez haja uma explicação pra tudo ou uma "palavra-chave". Hoje a chamo de "cansaço" e ando cansado demais pra pensar no que me cansa.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Café e chocolate para perder o sono

Contraste com outros textos meus? Sim, contraste entre mim e mim mesmo é mais comum do que parece ser.
É lindo poder sentir que tudo à nossa volta é um universo sem defeitos; que nada é ruim e que só pode melhorar; que só os sorrisos importam e os dias de sol são lindos e fortemente iluminados; que as pessoas são boas em um mundo de amor... E quando um instante introspectivo nos obriga a ver tudo de forma invertida e aquele mundo de harmonia só se mostra ser fingimento ou um tapete por cima da poeira? Ou os dias de sol passam a ser apenas dias de calor intenso aumentando o estresse e a transpiração nas têmporas? Terrível?
Pessoas se engolem, estupram-se moralmente, acreditam em ideologias pré-moldadas – e quando divergem de ideologia preferem resolver matando ou morrendo – e buscam valores nessas atitudes que, espera aí, quem foi que atribuiu? Mundo de bosta, pessoas escrotas e boas pessoas sendo derrotadas pela imoralidade de outrem. E ainda gostam desse papo de que o bem vence o mal, na mais clichê e hollywoodiana concepção de todos os tempos... Acorda! Se alguém nessa bola que gira vence alguma coisa são aqueles que têm mais estômago pra aturar tanto lixo espalhado pelas pessoas e em suas cabeças... De vento. Julgam-se os donos do mundo aqueles que não conseguem construir nem cultivar felicidade em si, tampouco nos outros e são aceitos pela massa como heróis, líderes e deuses.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

...

Por tantas vezes abri o Word pra começar a escrever. A vontade de escrever dessa vez não está em sincronia com as ideias que entram e saem da minha cabeça numa velocidade que não consigo acompanhar. Só sei que “vomitando” algumas frases aqui me sentirei mais leve ou pelo menos com a cabeça mais leve.
Confesso que estou assustado com essa mudança de ideia repentina sobre meu futuro (sobre “meu” 2012, especificamente), mas de uma coisa eu sei: a sensação de que estou seguindo meu coração tá presente. E eu nunca levei tão a sério essa rebeldia de trocar o certo pelo duvidoso só pelo prazer de tentar e satisfazer minhas vontades. Agora espero que eu possa perceber o quanto válido isso é e não é de braços cruzados que isso vai acontecer.
Palavras novas e sensações velhas; diferentes métodos para o mesmo resultado. Ninguém é obrigado a me entender sempre se, por vezes, nem mesmo eu mesmo o consigo fazer. A falta de palavras para dizer coisas consistentes traz o silêncio necessário para amadurecer. Talvez tenha mesmo que ser assim...