terça-feira, 23 de novembro de 2010

Assistindo a tudo de fora

Madrugada de sábado. Aquele garoto que quase agonizava para escrever sente-se muito mais leve. Sente que o mundo já não exerce mais tanta gravidade sobre ele; sua cabeça mais aberta, mais crítica, mais segura de si, mais egocêntrica, cruel. Cruel? Pois o que realmente se faz cruel nisso tudo? Os pensamentos dele ou o que de fato acontece? Sem nenhum disfarce, exposto pra quem quer ver, porém tem preguiça de enxergar. É essa preguiça de enxergar que se junta ao comodismo e o resultado: mais comodismo, mais atraso, menos amadurecimento.
O garoto olha para tudo aquilo novamente e vê que algo não está certo – aliás, várias coisas – e vê pessoas por quem ele sente respeito amável totalmente retrocedendo. A hipocrisia nunca esteve tão evidenciada em práticas repugnantes, disfarçadas de nobres, lindas e admiráveis. Os olhos dele assistem tristes ao que pode ser uma das maiores burrices no campo afetivo que as pessoas andam cometendo – desde pensar só em si para agir para satisfazer seu ego e desejo, até fraquejar e entregar o jogo acreditando que não há problema nenhum nisso – e não se arrependendo, o que é pior. Mas aquela madrugada de sábado traz o silêncio, traz sereno e a paz necessária para enxergar que, depois de toda tempestade, o céu abre e ilumina o que for pra continuar e apagar o que não estiver ali pra continuar sendo iluminado.
Não dá pra falar em destino, pois, se ele realmente existe, não saberemos e, se ele não existe, não adianta ficarmos pensando, mas sim agindo.

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