O mundo gira e gira muitas vezes.
Por convenção chamamos suas voltas de dias
e o conjunto delas de ano. Por
convenção, também, habitua-se a enxergar a felicidade com uma fórmula pré-estabelecida
e, por vezes, esquecem que essa fórmula na realidade se readapta para outras
milhares, milhões.
Ainda sobre o mundo e suas
voltas, vale lembrar que a velocidade é sempre a mesma enquanto a velocidade
das nossas mudanças chega a assustar. As vezes perde-se o interesse por aquilo
que era o máximo há uns meses atrás, há uns anos, talvez. Não se mudam os
olhos, mas sim o brilho neles. Não se endurece o coração, mas se escolhe pelo
que socar o peito.
O que incomoda não é o confronto
de ideias e nem as variáveis que se escolhem colocar nessa tal fórmula de
felicidade, mas sim a falta de espaço pra deixar fluir minha própria fórmula. Não
preciso de tanta euforia embriagada, de tanta alegria barulhenta e espaçosa,
talvez eu só precise de espaço pra exalar minha própria felicidade silenciosa –
silenciosa pra que eu possa ouvir os socos no peito novamente. É mais do micro
pro macro, são mais sorrisos do que risadas, é mais forte e intenso e menos
contínuo e excessivo, até mesmo mais notas e menos palavras, mais papo de
boteco e menos danças manjadas, mais gritos fora de hora e menos lenga-lenga,
sabe? Pra mim é mais verdadeiro.
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