Eu prometi pra mim mesmo não mais dedicar um post no blog
pra falar sobre isso, mas hoje eu acordei com algo me incomodando por dentro,
tirando o sono de quem ainda precisava muito dormir. Foi então que o incômodo
se transformou em milhões de palavras na minha cabeça, em milhares de teorias
sobre mim e minha postura diante disso e sei lá.
Faz tempo que me sinto constantemente segurando as rédeas de
um touro enfurecido e que busco sedá-lo a fim de aproveitar mais eu mesmo e
deixar o tal touro descansar – a ideia sempre foi sedá-lo em doses abusivas a
fim de que ele viesse, enfim, a falecer sem deixar saudades. Porém, se tudo
fosse fácil assim eu não estaria aqui, com a cabeça a milhão, vomitando
palavras mais rapidamente do que consigo mesmo pensar.
É claro que a paciência já não é mais a mesma; na teoria,
tudo é muito claro, mas por que na prática as coisas não funcionam bem? Será
que tudo está como parece estar? Quanto mais a distância parece aumentar, mais
parece que algo dentro de mim quer sair de dentro de mim e correr atrás pra não
deixar essa distância aumentar. E isso dói. Dói saber o que preciso fazer e
simplesmente não conseguir. Dói saber que eu tô sozinho nessa. Não sei mais até
quando tudo é aprendizado e até quando tudo é apenas mágoa e... dor.
Não existem formas de medir o quanto me sinto ridículo e
fraco neste momento. Só sei que odeio o quanto você torna tudo simples quando
eu acho complicado e complica quando eu acho fácil; odeio o fato de eu gostar
tanto e apostar tanto nisso; odeio ter que administrar meus sentimentos ao
invés de deixar eles me administrarem. Nunca soube o que é ter o controle total
da situação, mas hoje posso ver a responsabilidade e as dificuldades que isso
traz. Odeio também ter que acordar incomodado e com lembranças de um ou dois
anos atrás e odeio mais ainda lembrar de como aquela sensação era boa... E não me
arrependo de arriscar e brincar com o perigo de sofrer, pois é assim que sinto
os sentimentos me administrando.
Enquanto moldo minha vida e me torno mais hedonista, vejo os
caminhos contrários e paralelos a mim. Não sei o que sinto por eles, mas sei o
que sinto hoje por mim. Pior ainda, sei o que sinto hoje ao acordar e lembrar
de você mais uma vez sorrindo com a testa junta da minha... E isso eu odeio.
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